domingo, 25 de novembro de 2012

voltando a refletir sobre rosas pálidas...


Depois daquele dia em que passou blush, batom e rimel, ninguém mais segurou a rosa pálida. Pouco se ouviu dela, estava sempre lá, rodeada de cravos.
Passou a ter espinhos em todo o seu talo que poderiam ser lançados à distancia, qualquer tentativa de ser ameaçada.
Só que o mesmo espinho que protege, fere. Desferir espinhos a qualquer ameaça fez com que eles chegassem mais rápido que o raciocinio, que a lógica, antes mesmo de ter certeza do quão ameaçadora era a tal “ameaça”.
Sozinha ficou a rosa pálida, de tanto desferir espinhos àqueles que chegavam perto.
Está pálida de novo? Foi o que percebeu ao olhar-se no espelho, tadinha.
Que fazer agora? Se, de tão corada, não consegue controlar quem será atingido seus próprios espinhos?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

sobre as comidas favoritas e a saudade de casa...


       A algum tempo tenho refletido sobre aquelas comidas que temos referência como as nossas preferidas. Venho sempre percebendo que elas têm uma ligação com aquilo que almoçávamos aos domingos.
Kaspar Hauser, no filme do Herzog, preferia pão seco e água a uma sopa, porque era aquilo que lhe tinham oferecido por toda a infância. Eu, do meu lado, adoro o cozido da carneiro da minha avó, o carreteiro, o arroz com galinha e o macarrão parafuso com lingüiça da minha mãe, além do churrasco do meu pai; aos domingos e sábados a tarde, gosto de comer bolo quentinho com refrigerante sem gás que sobra do almoço e às 5h da tarde, gosto de sentir cheiro de chimarrão, cuscuz e café, mesmo que vá jantar iogurte ou miojo.

     Cada um com suas memórias de paladar e olfato percebi – observando as minhas - uma que me parece um tanto peculiar e especial, o gosto pelas pizzas de supermercado.
Morando em uma grande metrópole, aprendi a comer pizza de sabores que nem imaginava, aprendi a comê-las com azeite, sem Catchup e sem mostarda. Dentre tantas pizzas de qualidade, em forno à lenha ou pedra mineral, quase não me lembrava das pizzas de supermercado.

     Até que hoje, fui ao mercado, a fila enorme, a fome batendo e decidi comprar uma e não era de caixa da sadia ou perdigão, era aquela do mercado mesmo, numa bandejinha de isopor, com plástico por cima e 4 fatias de salame.

      Aqueci por alguns minutos no forno e pronto, eis ali o gosto sublime da saudade da infância da família e de casa. A pizza mais gostosa, por que era a pizza que comia nos domingos em que meus pais iam fazer compras no mercado. Um almoço rápido, para aquecer ao forno enquanto guardávamos as compras no armário. Almoço com gostinho e encanto que só temos na infância. E, portanto, por mais que sem requinte, um dos almoços favoritos e mais amados.

        Viva a pizza de supermercado!