sábado, 28 de setembro de 2013

Quando você


Parece que há sempre uma notícia que nunca chega
o resultado que nunca se alcança
a reforma que nunca se marca
o encontro que vai "rolar"
o sms que vai chegar
Um eterno subjuntivo
Para sempre Platão
Para sempre um amor preso
Esperando quando você chegar.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Coisas que eu fazia aos 17 anos #6






Rendez-vous

Sentou-se à mesa,
a menina Lia.
Cruzou as pernas daquele corpo esguio.

Cruzou o restaurante,
o moço Milton
- havia reconhecido a languidez e o sorriso.

"Oi", disse ele, ensaiado.
"Jante comigo", disse Lia, agradável.
E deu-se o acontecido!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Coisas que escrevia aos 17 anos #5

Qui est-ce que c’est?

É tanto querer mal querido
Tanto beijo mal dado
Tanto abraço mal-amarrado

Que espanta o bem feito
Bem arrumado
Bem bonito.

Encanta o bem dito.
Bem pronunciado,
Bem medido.

Duvida o que aparece assim, de repente.
Pode ser só um modo de ser
De ser falado, dito.
Um modo de se dar por abraçado
Nada mais.

Duvidar, até duvido.
Mas finjo que minto
E acredito.

Tantos bens num só.
Têm que ser coisa do destino.

domingo, 8 de setembro de 2013


há sempre a hora de dormir e a hora de acordar.
há sempre o dia de tentar e o de recuar.
Há sempre.
Há.
Haverá.
Mas é sempre preciso lutar.


 aí vem o vento soprando o rosto, com cheiro de areia e sal, enquanto sobe a lua no céu e você está lá, à beira do mar, na calçada, pensando no abraço que poderia te preencher por inteira, se não estivesse do outro lado do mar...

 
 

Coisas que escrevia aos 17 anos #4

pé de infância

Era belo quando só precisava de pêssegos frescos, morangos vermelhos e carambolas do pé.
Depois que o pega-pega ficou sem graça e as bonecas perderam a cor, tudo se complicou. Ai, meu deus. É difícil o amor.

Coisas que escrevia aos 17 anos #3

Tempo de Destino
Dediquei-me com afinco
A esquecer-te, meu querido.

Dedicastes-te, tu, com afinco,
A ser esquecido.

No entanto, não avisamos.
Nem ao tempo,
Nem ao destino.

Traiçoeiros, estes.
Outra vez, nos uniram!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Coisas que escrevia aos 17 anos #2

O Gênio da Lâmpada
Esta tarde brinquei de ser criança.
Encontrei o gênio da lâmpada.
Assim mesmo, com rimas parcas.
Ao Encontrar o Gênio, ele me disse:
- Tens três pedidos.
Meus dois primeiros foram: Teu beijo e teu sorriso
- E o terceiro, senhorita?
- Sabe os outros pedidos? - Respondi, perguntando, com arrepio.
- Sei, sim, senhorita.
- Pois quero que os ponha bem aqui,
ao pé do meu ouvido...

Coisas que escrevia aos 17 anos #1

"VERDADEIRISMO
Entre toques que dizem muito,
Os olhares resolvem tudo.

O “verdadeirismo” do sentimento,
Este falta, contudo.

Querer tanto por apenas um momento
É ser pobre, humanamente.
Ser humano.
Sem escrúpulos,

Queria-me muito, sim,
E por mais que dois minutos... "