sábado, 15 de dezembro de 2012

Percalços Pálidos

Está solitária e confusa a rosa pálida
perdida em seus percalços
deixa a saudade dominar,
deixa a tristeza vencer.

Parece que todo caminho pálido leva ao mesmo fim
outrora foi um cravo
e também o seu poeta
agora vem a ostra, que insiste em negar pérolas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

blague pálida dos 60!


Tem vezes que o sexagésimo dia é igual ao primeiro,
às vezes até falta mais ar do que no primeiro;
e são mais batidas de coração por minuto... que no primeiro!
e quando isto acontece,
o que esperar do sexagésimo primeiro?

domingo, 25 de novembro de 2012

voltando a refletir sobre rosas pálidas...


Depois daquele dia em que passou blush, batom e rimel, ninguém mais segurou a rosa pálida. Pouco se ouviu dela, estava sempre lá, rodeada de cravos.
Passou a ter espinhos em todo o seu talo que poderiam ser lançados à distancia, qualquer tentativa de ser ameaçada.
Só que o mesmo espinho que protege, fere. Desferir espinhos a qualquer ameaça fez com que eles chegassem mais rápido que o raciocinio, que a lógica, antes mesmo de ter certeza do quão ameaçadora era a tal “ameaça”.
Sozinha ficou a rosa pálida, de tanto desferir espinhos àqueles que chegavam perto.
Está pálida de novo? Foi o que percebeu ao olhar-se no espelho, tadinha.
Que fazer agora? Se, de tão corada, não consegue controlar quem será atingido seus próprios espinhos?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

sobre as comidas favoritas e a saudade de casa...


       A algum tempo tenho refletido sobre aquelas comidas que temos referência como as nossas preferidas. Venho sempre percebendo que elas têm uma ligação com aquilo que almoçávamos aos domingos.
Kaspar Hauser, no filme do Herzog, preferia pão seco e água a uma sopa, porque era aquilo que lhe tinham oferecido por toda a infância. Eu, do meu lado, adoro o cozido da carneiro da minha avó, o carreteiro, o arroz com galinha e o macarrão parafuso com lingüiça da minha mãe, além do churrasco do meu pai; aos domingos e sábados a tarde, gosto de comer bolo quentinho com refrigerante sem gás que sobra do almoço e às 5h da tarde, gosto de sentir cheiro de chimarrão, cuscuz e café, mesmo que vá jantar iogurte ou miojo.

     Cada um com suas memórias de paladar e olfato percebi – observando as minhas - uma que me parece um tanto peculiar e especial, o gosto pelas pizzas de supermercado.
Morando em uma grande metrópole, aprendi a comer pizza de sabores que nem imaginava, aprendi a comê-las com azeite, sem Catchup e sem mostarda. Dentre tantas pizzas de qualidade, em forno à lenha ou pedra mineral, quase não me lembrava das pizzas de supermercado.

     Até que hoje, fui ao mercado, a fila enorme, a fome batendo e decidi comprar uma e não era de caixa da sadia ou perdigão, era aquela do mercado mesmo, numa bandejinha de isopor, com plástico por cima e 4 fatias de salame.

      Aqueci por alguns minutos no forno e pronto, eis ali o gosto sublime da saudade da infância da família e de casa. A pizza mais gostosa, por que era a pizza que comia nos domingos em que meus pais iam fazer compras no mercado. Um almoço rápido, para aquecer ao forno enquanto guardávamos as compras no armário. Almoço com gostinho e encanto que só temos na infância. E, portanto, por mais que sem requinte, um dos almoços favoritos e mais amados.

        Viva a pizza de supermercado!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Noite de desassossego

Reclama gelada a cama vazia
ainda com pelos e cabelos,
brancos e pretos,
que cheiram a perfume contaminado de cigarro.

Resvalam sobre sua superfície gelada
pernas que mexem-se solitárias
Entre estes cheiros que insistem em exalar
ao tempo em que estão a se transformar em gelo.

Mexem-se - as pernas - buscando completar-se
puxando pela memória o devaneio,
o desejo repelido,
na tola esperança do deja vu de uma nova chance,
um novo chamado e, quem sabe,
um novo beijo.

domingo, 13 de maio de 2012

Férias do Facebook

Depois de tanto falar de rosas, pálidas ou não, eis que a vida me permitiu mudar de temática. Olhando mais a fundo as relações humanas e tudo o que me incomodou nelas, surgiu, belamente, um personagem, que vem vindo aí, para os palcos cada vez mais conciso e completo; O SR. K.
O Sr. K é um espelho de mim mesma, mais sortudo, que não ganhou um perfil na Rede social e, por isso, ficou isolado da humanidade. O Sr. K é o pedaço de mim que questiona a linguagem, o bullying, e todas as regras sociais que tornam louco todo aquele que quer ser apenas um pouquinho diferente.
Bem, o Sr. K esta vindo aí, em setembro e todos poderão visitá-lo e escolher o seu destino no meu rpg-espetáculo, ou, quer dizer, na peça-game, intitulada PERFIL.
Para além das reflexões que estão no forno esperando a hora de subir no palco. Parei para pensar um pouquinho sobre mim e o facebook. E se eu deixasse de ter um facebook? Seria considerada louca? teria como me comunicar com as pessoas?
Ainda não desfiz o meu perfil, porque, bem ou mal é no facebook, que divulgarei a peça e, que inclusive, divulguei este texto que estão lendo.
Mas anuncio férias (pelo - até a estréia) tentando descobrir, hoje em dia, quanto tempo é possível sobreviver sem o facebook? 5h? 24h? 5 dias? Nâo sei estou tentando.

Ferias do Facebook, pelos abraços verdadeiros, pelos encontros pessoais e pelas cartas em papel!
Férias do Facebook, pelo descanso mental de fotos engraçadas, de jornadas de almoço e descrições de festas.
Férias no Facebook, pelo fim dos movimentos políticos que começam e se encerram ali mesmo sem superar a internet (claro, nao são todos, alguns superaram a barreira).

Enfim, antes se viajava pra uma ilha deserta, hoje, basta tirar ferias do facebook e estará longe da confusão de informações e, ainda assim, quanto tempo conseguirei?
pro enquanto: FÉRIAS!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Um pouco mais de blush para as rosas pálidas...


Cansada de contar histórias pálidas de rosas que se perdem em tanta palidez desengraçada, resolvi começar 2012 com bastante blush, pensando em juntar aquela rosa pálida à qual sempre descrevo ao grupo das rosas coradas, aquelas que têm as bochechas mais rosadas, os corações mais encorajados e os lábios mais amados.
O problema disso tudo, daí tanto tempo em dizer qualquer blefe, é o medo.
Passar blush numa bochecha tão pálida, vivendo em desespero, significa medo do que possa vir. Do desconhecido, aquele que aparece lá e cá, perdido.
Passar um pouco de blush implica também colocar alguns brincos, alguns colares, olhares, segredos. Implica não ter medo de jogar demaquilante em toda a maquiagem borrada e passar tudo de novo, do começo.
Passar um pouco de blush, colocar alguns brincos implica, talvez, e também, passar um pouco de gloss e, sem dúvida, uma rápida olhadela no espelho...
Eis o momento mais temido: quem é esta? Aquela rosa tímida, pálida, que corre atrás de tudo que é bobo e perdido? Ou a que conquista, vai à luta e chega aos seus objetivos? Aquela que muda, se nada der certo, sem sofrer tanto, porque sabe que, depois de uma noite escura, sempre vem uma manhã de sol? Aquela que se encoraja a trabalhar duro, mesmo quando nada lhe foi garantido na esperança de que um dia seu trabalho seja reconhecido? Ou apenas uma rosa pálida perdida e com medo?
Pois bem, é neste momento que se encontra esta rosa a quem dedico alguns dos meus minutos a tanto tempo... Pois imagine que está ela, agora, exatamente neste instante, diante do seu pálido espelho...