segunda-feira, 9 de março de 2015

sobre o amor e o hábito


A menina e o menino estão sentados na areia olhando o mar em silêncio.

- eu penso em você toda noite antes de dormir.
-e depois que você pensa, faz o quê?
- imagino que podia ser amor, que se fosse tenderia ao infinito, feito um vetor sem tamanho que se caiba a ver. Apenas imagino e, imaginando, vou fechando os olhos bem devagarinho... Até dormir.
- a gente tende a confundir amor e hábito.
- não sou habituada a você.
- por isso mesmo. Não é porque o mundo te obrigou a sucumbir às circunstancias e o hábito tenha sido subscrito, que não exista amor. Isto porque o amor não não se constrói no hábito, mas na vontade e vontade é só o que sobra em nós, ou melhor, é só que há em tudo que nos contorna quando estamos sós.

quinta-feira, 5 de março de 2015

É preciso

Às vezes é preciso amar.
Quase sempre é preciso amar.
No embalo da rede,
No dia cansativo
No carinho pedido
Na mão estendida
Amar é preciso.
Porque às vezes a vida é curta
E, em sendo curta,
Mede tudo em amor.
O que deixa e o que leva: amor.
Portanto: ame.
É preciso amar
Sempre
É sempre bom.